A Bela e a Fera – Passos Nerds #040

A Bela e a Fera, tendo a Emma Watson no papel principal, é o mais novo filme da Disney na sua empreitada em adaptar vários de seus desenhos em películas live action. Provavelmente estão fazendo isso para trazer elementos e personagens característicos de seu catálogo para apresenta-los às crianças de hoje e assim eles mantém a roda (da fortuna) rodando.

Quando saiu o remake de Cinderella, eu o critiquei por ser praticamente a mesma coisa do desenho, não entendia o porquê de fazer a mesma coisa de novo, além do mais levando em conta que também fizeram Malévola, trazendo uma abordagem bem diferente À Bela Adormecida, e gostei muito de ver aquele universo por outros olhos.

Aí saiu o primeiro trailer de A Bela e a Fera. E eu mordi a língua. De cara tudo já levava a crer que seria a mesma coisa, com nenhuma ou pouca mudança da animação de 1991, mas eu gosto tanto dela, amo tanto aquelas músicas… que fiquei empolgadíssimo de revisitar esse universo de novo, e podiam mandar tudo igual mesmo porque eu queria cantar e me emocionar. Queria revisitar aquela obra.

E sim, esse filme é basicamente a animação de novo. E já estava bom pra mim. Mas até que há mudanças, poucas mudanças, é verdade, mas significativas. Bela é mais pró-ativa aqui, mais decidida. A Fera não é mais analfabeta e aquela biblioteca do castelo não está lá só para ser linda, ela exerce um papel importante mais plausível na aproximação dos dois. Aprendemos um pouquinho mais sobre o passado da Bela e do pai dela que enriquece os personagens. Há também pequenas mudanças em algumas letras e três músicas inteiramente novas.

O filme não é perfeito, as cenas com os lobos, por exemplo, são sofríveis. E a fotografia é desnecessariamente escura – uma pena! O filme está repleto de cenários e figurinos lindos! !ue evocam a França da época com um elemento lúdico e divertido num equilíbrio muito preciso, porém, tudo fica escondido na penumbra do filme. Ao ver os trailers, eu também tinha criticado o visual dos móveis vivos por terem detalhes demais e ter ficado difícil de acompanhar suas emoções e expressões em alguns momentos, mas pensando melhor agora depois de ver o filme, atribuo isso também à fotografia escura. E o visual da Fera ia ser feito por maquiagem, mas não deu certo e mudaram seu rosto para imagens geradas por computador, o que ficou razoável, mas dava para ter ficado melhor, ainda mais sabendo que o mesmo estúdio fez aqueles efeitos impressionantes do live action de Mogli.

Sobre os acertos, o elenco foi muito bem escolhido. Tanto nas vozes, como Ian McKellen, Ewan McGregor e Emma Thompson como o trio de móveis principal, como em trazer o eterno carisma do Kevin Kline para fazer o pai da Bela. Dan Stevens faz bem a Fera, mas não se destaca tanto quanto Luke Evans como Gaston. Evans parece estar se divertindo horrores aqui, e isso o deixou solto fazendo o grande vilão da história, transparecendo o ridículo desse ser narcisista, machista e babaca. Josh Gad foi outra escolha acertadíssima para interpretar o LeFou, já sabe cantar e, junto com Evans, fazem a cena musical mais divertida do filme. E Emma Watson foi uma escolha acertadíssima para a Bela. Não só pelo filme mostrar uma Bela mais assertiva e isso encaixa bem com a atriz, muito ativa em lutar pela igualdade de gêneros e sem medo de defender o que acredita, mas ela naturalmente dá aquele ar de heroína que conquista o público. E o elenco entrega na hora de cantar.

Se você é fã da animação de 1991, não deixe de ver o filme, é prato cheio. Prepare a trilha sonora no Spotify e os pulmões para cantar por muito tempo.

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